O chá de cavalinha é apresentado nas redes sociais como supostamente eficaz na redução do inchaço e no auxílio na perda de gordura localizada.

Numa publicação do Facebook escreve-se que esta infusão “é um elixir para quem quer ‘secar’ e diminuir o inchaço”. Noutro post, sugere-se que o chá de cavalinha, além de combater “a flacidez” e “o inchaço”, ajuda na “queima de gordura localizada”. Será verdade?

Beber chá de cavalinha desincha e auxilia na perda de gordura localizada?

A resposta é não. Quem o adianta, em declarações ao Viral, é o nutricionista António Pedro Mendes, coordenador do Departamento de Nutrição do Sporting Clube de Portugal e cofundador da escola de formação Nutriens Academy. 

Segundo o nutricionista, “não há qualquer evidência de que o chá de cavalinha possa ser útil na perda de massa gorda, na alteração do peso, ou mesmo do perímetro da cintura”.

Aliás, aponta António Pedro Mendes, “quando se procura numa base de dados científica, nem sequer é um assunto estudado nesse sentido”.

Além disso, os estudos que existem sobre a planta usada neste chá são escassos e pouco robustos. “Sabe-se muito pouco”, frisa o nutricionista. 

“A verdade é que, do ponto de vista nutricional, nenhuma alegação de benefício está devidamente comprovada”, reforça.

Há algum alimento ou bebida que, por si só, faça perder gordura?

Não. Como explica António Pedro Mendes, “a perda de massa gorda dá-se com a existência de um défice energético e, para isso, tem de se avaliar toda a ingestão alimentar diária”.

Por outro lado, o nutricionista considera relevante apontar ainda que não é possível queimar gordura localizada através da alimentação.

“Já há décadas que se tenta estudar formas de perder gordura localizada e, até ao momento, não há evidência de que seja possível através de certos alimentos ou estratégias nutricionais” perder gordura numa parte específica do corpo, sustenta.

Em declarações anteriores ao Viral, o especialista em nutrição clínica Carlos Portugal Nunes já tinha esclarecido que a diminuição da gordura corporal “ocorre de uma forma generalizada e não de forma localizada”. 

Isto porque, acrescentava, “a localização da perda e da deposição de gordura é essencialmente dependente do controlo hormonal e não da estratégia utilizada”. 

Por esse motivo, só “é possível escolher o local do corpo em que podemos reduzir a quantidade de gordura através de técnicas cirúrgicas”, justificava.

Assim, concluía, à data, Carlos Portugal Nunes, “qualquer outra estratégia que seja efetiva na redução de gordura, como dieta e atividade física, irá promover uma perda generalizada, que pode ser maior ou menor em determinadas zonas do corpo”.